B A C U R A U

           Bacurau

Ano: 2019 Brasil

Diretor : Kleber  Mendonça Filho 
                 Juliano Dornelles

Prêmio:   Grande prêmio do cinema brasileiro de melhor direção , melhor roteiro.

                  New York Film Critics Circle  Award de Melhor Filme estrangeiro 2020. 

                  ARRI/ Osram Award  Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles 

                  Silver Condor Award for best Ibero-American Film













       O filme é passado em uma cidade pequena do interior de Pernambuco. Cidade descuidada.
       É  época de eleição e o prefeito,  que não mora na cidade, aparece com um caminhão de livros usados que despeja na rua de terra. O prefeito vem  pedir votos . Nenhum morador aparece para falar com ele. A cidade parece abandonada. Uma voz denuncia  a falta de água cobrando o prometido. O prefeito diz que isso é fácil de resolver. Pede pra que as pessoas apareçam e como nada acontece vai embora irritado, ameaçando.
         Cena seguinte um estranho drone com forma de disco voador está circulando sobre a estrada de entrada da cidade.  Suspeito que a estranha forma é para sugerir aos habitantes uma possível invasão extra terrestre. Como se fosse possível alguém , mesmo morando numa pequena cidade perdida no interior , ser tão  ingênuo.
          Os moradores avaliam os bens comuns trazidos por moradores e pelo prefeito. Conseguem vacinas soro anti- ofídico e alguns medicamentos psicotrópicos que parecem  promover  alteração de comportamento e alucinações . Foi deixado pelo prefeito além de algum mantimento com prazo de validade já vencido ou por vencer. A cidade é unida e tenta administrar suas necessidades e relacionamentos. 
          O descaso do prefeito com a população e com a cidade é flagrante. Eleitoreiro, egoista,  pensando unicamente em seu mandato, infantiliza os moradores e arrogantemente ainda humilha e  debocha deles deixando produtos impróprios ao consumo. É o retrato de uma  política brasileira atrasada.. Da falta de qualquer compromisso com o bem estar dos cidadãos. Ele sente-se  o dono da cidade . A cidade para ele é como sua senzala. Ele pega uma moça da cidade, contra a  vontade dela e como se pega um gado, ou uma galinha e a leva embora em seu carro, à força.
          Um homem dirige um caminhão pipa que chega à cidade com três tiros de bala de grosso calibre, o caminhão já bem esvaziado. Cidade depende dessa água que é transportada regularmente. Junto aparecem duas pessoas de moto. Moradores desconfiados associam drone e balas no caminhão à elas. Percebem a ameaça à cidade. 
            A partir daí série de assassinatos ocorrem e o sinal de internet é bloqueado. A cidade está isolada e sob mira de desconhecidos. A cidade sumiu do mapa.
            Os dois viajantes de moto depois que passam pela cidade encontram dois moradores na estrada e os matam pois eles mentem sobre o sinal de internet. Essa mentira dita por medo desses desconhecidos foi   suficiente para condená-los à morte. 
             Esses dois viajantes brasileiros fazem parte de um grupo que se instalou numa casa noas arredores da cidade de Bacurau. O chefe é um nazista alemão e o grupo, além desse casal de brasileiros,  é composto por americanos e franceses.
              O casal é questionado sobre o trabalho que ficaram de contactar a um amigo para bloquear o sinal de satélite na cidade. Eles confirmaram a execução do serviço por um outro paulista amigo. Também foram confrontados pelas  mortes desnecessárias cometidas por impulso e arrogância  e que de fato, são  o estopim de uma reação violenta na cidade. Um deles era primo de um criminoso que mora com um grupo também de criminosos violentos, nos arredores.
              O chefe desse grupo , um mercenário, claramente irritado com a atitude belicosa  e violenta do casal  os confronta sobre a motivação deles. Até para um nazista alemão da segunda guerra, fica difícil entender como um brasileiro destrói e luta contra um da mesma família cultural, do mesmo país, da mesma “raça”.  Os paulistas “ brancos” se defendem dizendo que são iguais ao alemão e americanos do grupo  e não aos brasileiros de Bacurau, Pernambuco. Interessante o diretor do filme  nos mostrar como podemos ser mais preconceituoso do  que os Nazistas xenófobos, somos traidores da nossa cultura, da nossa história, da nossa irmandade, da nossa família. Somos violentos e perversos contra nós mesmos, realmente difícil até para um nazista alemão xenófobo, entender. 
                Esse grupo é formado pelo prefeito,  o Júnior,   que não tolera que a cidade não seja mais o parquinho dele. E resolve retaliar a cidade para demonstrar seu poder sobre ela e dominá-la perversamente. É um menino mimado que não tolera que o rejeitem.  É um egotista ganancioso, uma criança birrenta.  Que por pura maldade provoca uma carnificina sem igual. Mas a cidade reage. E é marcada de sangue a história de tristeza e abandono dessa cidade, sem tutor, sem destino, como  muitas outras no nosso país, como as comunidades dentro das grandes cidades.  A carapuça de diabo posta no prefeito afinal,  cai lhe muito bem.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MARAHAJ

Truman Show A vida em direto