A Metamorfose dos Pássaros

             A Metamorfose  dos Pássaros 


      Filme: ano 2020.                                                      Filme da Netflix

      

      Roteiro e Direção:  Catarina  Vasconcelos


      Prêmios: prêmio especial de melhor filme do júri e do público de Festival One World ; prêmio da Crítica Internacional no Berlinale ; prêmio especial do júri do Festival de Cinema de Taipé;  filme candidato a  Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, além de outras indicações e prêmios. 



     O filme nos fala sobre a maternidade através da história de Beatriz , uma mãe. Ela é mulher que mora no campo e se casa com um homem que é oficial da marinha. Beatriz é  mãe de seis filhos e seu marido só está presente no nascimento de Jacinto, o primogênito. Sua última filha ele só conhece aos quatro anos de vida.

      Beatriz , tem apenas. a ajuda de uma empregada e  cria seus seis filhos com muito carinho e amor. Apesar disso tentar construir  nas crianças um vínculo com o pai ausente.  Ela é mulher ativa e se define pelas mãos  pois está sempre a fazer algo mesmo quando só estar a guardar lembranças da infância de cada um de seus filhos, com todo carinho. A alusão ao fazer nos invoca a intensa rotina dela. É uma mulher realmente ocupada.

       O filme é muito visual e traduz sentimentos com imagens. Os quadros de madonnas nos remete ao modo intenso com que Beatriz se dedica ao exercício da maternidade.







       Ela gosta de plantas e as cultiva com mesmo empenho que se dedica aos filhos. A constatar pelo  nome de seu primogênito . Se move na intenção de plantar, construir e cuidar. Beatriz é doação. 

       É  nesse clima de natureza e maternidade abundantes que se passa o filme . Infância nesse lar acolhedor com a liberdade que o campo permite. 

        Henrique marido de Beatriz é ausente e fez de sua casa o mar . Entende-se que nesta vastidão sem fim sente-se livre e feliz.

        Beatriz é uma mulher forte que vive na era Facista, período muito machista. Ela parece indestrutível.  Ao mesmo tempo sensível e amorosa.  De forma que aos seis filhos o pai que existe, mas ninguém vê, não fez muita diferença. Compreensível  até com a ausência do marido. 

Beatriz parece tudo poder suportar até o medo quando um de seus filhos é preso pela PID. Situação real de terror.

       As crianças crescem. O campo,   lugar que vivem , traz poucas possibilidades de expansão para a nova geração que precisa se profissionalizar e trabalhar. Por isso acabam partindo, todos os seis filhos.

        A consequência de sua construção, plantio e  doação é o crescimento de seus  filhos . A metamorfose dos pássaros e sua migração. Por essa dor nenhuma mãe se prepara . Nem mesmo Beatriz. 

         E, então ,inicia-se o processo de luto de seus filhos com sua morte inesperada. 

         Só agora ,parece, dão-se conta do aspecto mortal de sua mãe . Da fragilidade dela.  De que também sofre embora tem-se a impressão de que tentou poupa-los de sua condição humana.

         A sua morte  cai como um raio, um susto, nesses filhos e os paralisa. Estão perplexos, em choque.  No filme se apresentam como fantasmas como se estivessem estancados do mundo, pairando. É o trauma!  

         O filme homenageia a maternidade  cuja função é servir e doar, imortalizando Beatriz. 


















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