L’acusse - O oficial e o Espião

L’ Accuse – O Oficial e o Espião                                 Filme da Netflix.                Português. /.    Ingles

Filme: França , Itália 2020.

Diretor : Roman Polanski.

Roteiro adaptado: Roman Polanski , Robert Harris e Bob Harris

Prêmio: Festival de Veneza prêmio especial de melhor adaptação. 

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J

         Esse filme é extraído de fatos reais. Baseado em um livro . Um processo ocorrido em 1894, na França.

         Um coronel do exército, após um julgamento, onde é testemunha, recebe uma promoção e passa a ocupar o lugar de responsável pela unidade de Contra-Espionagem . Esse julgamento condenou o  capitão do exercito, Alfred Dreyfus  por unanimidade , à prisão perpétua, por traição. 

        O coronel  George Picquart percebe  que o colega a quem substituiu  está envolvido em   situação de suborno. Além disso, informações continuam sendo transmitidas aos alemães.   Através desse fato ele recolhe outros indícios de que ainda há traiçoes  dentro do exército.  De forma que, aos poucos,  vai desvendando uma rede de corrupção que envolve um militar de alta patente que fornece informações sigilosas dos vários setores do poder militar aos alemães.  Principalmente sobre as armas novas  fabricadas pela a artilharia.

         Pouco a poucos vai investigando até que lhe chega às mãos um papel com o endereço e nome do provável traidor. Esse papel se torna a prova que precisava para fazer uma acusação aos seus superiores.   Enfim, ele acaba por denunciar esse esquema mesmo com o risco de ficar preso. O que de fato ocorre.

         Essa acusação o coloca em grande evidência no cenário político nacional, envolvendo o poder do Parlamento e o poder Judiciário.

         Portanto, fica claro que o capitão Dreyfus julgado e condenado por traição e exilado e preso em uma ilha, é um “bode expiatório” da culpa de informante e subornados . Vive em isolamento total  além de ter de dormir com ferros nos pés,  preso à cama.  É tratado com brutalidade, própria tortura.

         No final desse longo processo é feito um acordo sobre a condenação do capitão que é  o único judeu com patente militar  que passa a  cumprir então, uma pena reduzida, e por fim  é reassumido ao seu posto no exército. 

         O coronel  Georges Picquart torna-se ministro. Anos mais tarde o Dreyfus o procura para solicitar que fossem contabilizados os  anos na cadeia como sendo servidos.  Assim como foram contabilizados o do próprio ministro, quando preso. Esse então lhe diz que pra isso teria de se mudar uma lei, colocando dificuldades. Dreyfus, se despede. Georges então comenta sobre a importância que o capitão teve em sua vida. Esse comentário é refutado, imediatamente, por Dreyfus que atribui o mérito  do cargo do ministro ao trabalho do próprio. 

         Percebe-se a falta de interesse de Georges, neste momento,  por fazer valer a premissa ética de igualdade, fraternidade e liberdade. Alguns têm direitos que outros não podem. Fica claro que a batalha de ressarcimento dos anos de cadeia sem direitos do judeu, para ele agora,  não vale a pena ser travada.  Essa atitude do ministro, na verdade, está em acordo com o comportamento que ele manifesta em outras situações. Sua frieza e falta de afeto fica também bem claro em seu relacionamento com sua amante e ex-namorada.  Ele se esquece de compromisso com ela quando está envolvido com seus afazeres, mas mente, muito descaradamente, negando esse fato para ela.  O perfil que o diretor nos traz do personagem é de uma pessoa fria e muito voltado pra si mesmo e para os próprios interesses. Pessoa nada empática,  nada afetiva.  Ele foi  namorado de sua amante atual e  não quis se casar com ela. Mas ele é seu amante sendo ela casada com um colega é conhecido seu.   Não quer constituir família. É um homem só  que vive só pra si. Só se importa consigo mesmo.  Ela, até percebe isso e comenta quando recusa o pedido de casamento dele. 

       O diretor do filme ,muito habilmente, nos coloca a suspeição de que todo o trabalho investigativo teve por motivação não a busca ética pela verdade mas , sim , o desejo oportuno de um homem  ambicioso de aproveitar sua posição naquele momento para alcançar maior destaque e galgar degraus na hierarquia que talvez não alcançasse de outra forma. 

        Mas o que importa é que a justiça foi feita e o coronel Georges tem seu mérito, sem dúvida, principalmente por também  compartilhar do clima anti-semita de sua época, quer dizer, apesar disso.   

        Um detalhe que vale a pena ressaltar foi um comentário feito por um oficial  a respeito dos supostos motivos para a presumida “ traição” de Deyfrus.  O dinheiro. E a negativa de aceitar esse motivo sendo o oficial judeu um homem rico.  Isso fica claro .

       Vale dizer que esse processo ocorreu 50 anos antes da segunda Guerra Mundial . 

Accuse - The Officer and the Spy c

Film: France , Italy 2020.

Director: Roman Polanski.

Adapted screenplay: Roman Polanski , Robert Harris and Bob Harris

Award: Venice Film Festival special prize for best adaptation. 

         This movie is based on real events. Based on a book. A trial took place in France in 1894.

         An army colonel, after a trial in which he is a witness, receives a promotion and becomes the head of the Counter-Espionage unit. The trial unanimously sentenced army captain Alfred Dreyfus to life imprisonment for treason. 

        Colonel George Picquart realizes that the colleague he replaced is involved in a bribery situation. In addition, information continues to be passed on to the Germans.   As a result, he gathers further evidence that there is still treachery within the army.  Gradually, he uncovers a network of corruption involving a high-ranking military officer who provides the Germans with secret information about the various sectors of the military.  Mainly about the new weapons manufactured by the artillery.

         Little by little, he investigates until he comes across a piece of paper with the address and name of the probable traitor. This paper became the proof he needed to make an accusation to his superiors.   In the end, he denounces the scheme even at the risk of being imprisoned. Which he does.

         This accusation puts him in the spotlight on the national political scene, involving the power of parliament and the judiciary.

         It is therefore clear that Captain Dreyfus, tried and convicted of treason and exiled and imprisoned on an island, is a "scapegoat" for the guilt of informers and bribe-takers. He lives in total isolation and has to sleep with irons on his feet, tied to his bed.  He is treated with brutality, like torture.

         At the end of this long process, an agreement is reached on the conviction of the captain, who is the only Jew with military rank, who then serves a reduced sentence and is finally reinstated in his army post. 

         Colonel Georges Picquart becomes minister. Years later, Dreyfus came to him to ask that his years in jail be counted as served.  Just as the minister's own years in prison were counted. Dreyfus then tells him that in order to do this, he would have to change a law, which would create difficulties. Dreyfus says goodbye. Georges then comments on the importance of the captain in his life. This comment is immediately refuted by Dreyfus, who attributes the merit of the minister's position to his own work. 

         One can see Georges' lack of interest at this point in enforcing the ethical premise of equality, fraternity and freedom. Some have rights that others cannot. It is clear that the battle to compensate the Jew for his years in prison without rights is not worth fighting for him now.  The minister's attitude is actually in line with his behavior in other situations. His coldness and lack of affection is also clear in his relationship with his mistress and ex-girlfriend.  He forgets to commit to her when he's involved with his affairs, but he lies, quite blatantly, denying this fact to her.  The profile that the director gives us of the character is that of a cold person who is very focused on himself and his own interests. Not an empathetic person at all.  He was his current lover's boyfriend and didn't want to marry her. But he's her lover, and she's married to a colleague he knows.   He doesn't want to start a family. He's a man who lives only for himself. He only cares about himself.  She even realizes this and comments on it when she refuses his marriage proposal. 

       The director of the film very skillfully gives us the suspicion that all the investigative work was motivated not by an ethical search for the truth, but by the opportune desire of an ambitious man to take advantage of his position at the time to achieve greater prominence and climb up the hierarchy that he might not have achieved otherwise. 

        But what matters is that justice has been done and Colonel Georges undoubtedly has his merit, mainly because he also shared the anti-Semitic climate of his time, that is, despite it.   

       It's worth noting that this trial took place 50 years before the Second World War.