PIECE. OF. WOMAN

Pieces     of.    a     Woman

      Filme:  2020.   Produção : Martin Scorcese.             Português/ Ingles

      Direção:  Konnel . Mundruczo  . Húngaro 

      Roteiro: Kátia Weber

     Indicação prêmio:  melhor atriz 

        

            Filme começa com uma família  comprando um carro . A senhora que paga o carro o dá de presente a um casal jovem. A moça é sua filha. Ela, a senhora, faz críticas  ao genro. Com uma pequena discussão .Não se gostam.

           O casal espera uma filho aliás, uma filha.  Estão aprontando o quartinho da menina que está pra nascer.  O parto será em casa. 

           As contrações começam e o futuro pai liga para a parteira  com quem estava combinado. . Essa , porém , está ocupada com outra parturiente e então, manda uma substituta também experiente. O parto é tenso , a grávida está insegura e assustada e a parteira também. Esta fica  muito atenta aos sintomas e pede para o pai da criança,  a qualquer alteração no percurso do processo do nascimento do bebê chame a ambulância para ir para o hospital.  A moça reluta em ir ao hospital. O parto se desenrola em muita tensão. Finalmente o bebê nasce, está bem. De repente a parteira escuta alteração na respiração do bebê, rapidamente tenta desobstruir via respiratória e chamam a ambulância mas o bebê morre. 

             Acho que o filme pretende mostrar a dinâmica do casal, de Martha e Sean,  no processo de luto, com o objetivo maior de fazer-nos pensar sobre os aspectos que unem e os que afastam o homem e a mulher deste determinado casal. 

             O marido não consegue realizar a perda do bebê e apesar de querer manter o quarto do bebê ao mesmo tempo faz plano para viajar e ir ao encontro de amigos da juventude.

             Está confuso e contraditório. Tem muita raiva dentro de si e coloca a culpa da morte do bebê sobre a parteira. Vai em busca de advogada para procurar uma compensação da perda . Sean tenta negar a perda e, com isso também qualquer responsabilidade sobre a morte de sua filha. Recorre às drogas, antigas companheiras suas. Que o ajudam a se manter longe da dor.                                  

        A mãe do bebê, está apática. Meio fora do ar, não quer falar com ninguém e nem saber de nada. A única coisa que a prende é seu trabalho. De resto, seu pensamento gira em torno de sua filha perdida. Está de luto, está só. Rompeu-se o cordão que a ligava ao bebê desejado, esperado, imaginado.  Em seu processo de separação, encontra no cheiro e na forma da maçã semelhança com o  rosto e cheiro de seu bebê. Maçã, além da associação óbvia com a fruta que remete ao paraíso perdido. 

            A maçã – bebê e sua semente, lhe dá a possibilidade da germinação. E a ideia de que é possível fazer novas germinações. Essa ideia lhe abre a possibilidade :”de que se está foi perdida posso fazer germinar outra.”  E então, Martha se empenha em fazer germinar, em testar sua capacidade de fertilizar, em poder conceber outros bebês. Pensamento que a consola da perda, e da culpa por não ter ido ao hospital .  É  na possibilidade de fazer outro vínculo, outra ligação, outro bebê que ela pode se consolar e se perdoar.

           Os dois, Martha e Sean,  não se entendem . Ela em pleno processo de luto, não tem nenhuma atenção por parte do marido. Está só é triste. Fazendo seu luto do modo que pode. E ele se ressente da falta de atenção dela. É uma  reação narcísica,  se isenta de toda responsabilidade quanto a morte do bebê.  Nada dependia dele, assim ele pensa. Ele sente-se sempre a vítima até da falta de atenção da mulher.

         Cada um em um mundo. 

         Mãe de Martha,  também sofre, sente-se também culpada por não ter insistido num  parto hospitalar,  faz uma reunião para convencer a filha a necessidade de processar a parteira. Aparentemente está ajudando sua filha mas realmente, ela também  sente-se culpada , pensa ser essa a única forma de reparar o que permitiu . Pede que a filha  vá ao julgamento. Sogra, percebe a distância entre o casal, faz um cheque e o dá ao genro.  Para que ele vá embora da vida da filha. Entende que ele não pode ajudar sua filha, só causar mais sofrimento. Esse relacionamento sempre foi , pra ela , inconsistente. Ele aceita, ele é superficial e claramente prefere ficar solteiro. 

           Martha não quer ir ao julgamento da parteira. Pois sabe que terá de que enfrentar seu próprio julgamento, suas escolhas.  Afinal, a parteira foi fez tudo que lhe era possível, foi atenta e deu todas as orientações corretas. Até mesmo Sean relata que Martha recusou-se ir ao hospital quando orientada pela parteira. Dessa forma o marido se insenta de toda responsabilidade como se só dela fosse a decisão, só dela fosse a filha, ele somente um expectador.

           Martha vai ao julgamento, enfrenta seu medo, sua culpa e recupera sua capacidade de germinar, de fazer novas ligações, de acreditar que ainda pode ser mãe.

         Ficamos com a questão  que é colocada pela mãe de Martha, desde a primeira cena. Será que a diferença ,na origem  social, entre marido e mulher influência o relacionamento do casal? Bem, quando a diferença cultural é muito grande,  pode significar entendimento e valores antagônicos.  E o que se pode esperar de frutos, nesse caso? Ou, ainda, é possível construir ligações quando existem diferenças 

Pieces of. a Woman

      Film: 2020.   Production: Martin Scorcese

      Direction: Konnel . Mundruczo . Hungarian 

      Screenplay: Kátia Weber

     Award nomination: Best Actress 

        

            The film begins with a family buying a car. The lady paying for the car gives it as a present to a young couple. The girl is her daughter. She, the lady, criticises her son-in-law. They don't like each other.

           The couple are expecting a son, a daughter in fact.  They are preparing the little room for the girl who is about to be born.  The birth will take place at home. 

           The contractions start and the father-to-be calls the midwife with whom he had agreed. But she's busy with another woman in labour, so she sends an experienced substitute. The labour is tense, the pregnant woman is insecure and scared, and so is the midwife. The midwife is very attentive to the symptoms and asks the child's father to call the ambulance to go to hospital if there are any changes in the baby's labour.  The girl is reluctant to go to hospital. The labour takes place in great tension. Finally, the baby is born, and he's fine. Suddenly the midwife hears a change in the baby's breathing, quickly tries to clear the airway and the ambulance is called, but the baby dies. 

             I think the film aims to show the dynamics of the couple, Martha and Sean, in the process of mourning, with the ultimate goal of making us think about the aspects that unite and those that distance the man and woman of this particular couple. 

             The husband can't come to terms with the loss of his baby and although he wants to keep the baby's room, at the same time he plans to travel and meet up with friends from his youth.

             He's confused and contradictory. He's very angry inside and blames the midwife for the baby's death. He goes in search of a lawyer to seek compensation for the loss. Sean tries to deny the loss and, with it, any responsibility for his daughter's death. He turns to drugs, his old companions. They help him stay away from the pain.                                  

        The baby's mother is apathetic. She doesn't want to talk to anyone or know anything. The only thing holding her back is her work. For the rest, her thoughts revolve around her lost daughter. She's grieving, she's alone. The cord that connected her to the desired, hoped-for, imagined baby has been broken.  In her process of separation, she finds in the smell and shape of the apple a resemblance to the face and smell of her baby. Apple, beyond the obvious association with the fruit that refers to paradise lost. 

            The apple - baby and its seed, gives her the possibility of germination. And the idea that new germinations are possible. This idea opens up the possibility: "that if one has been lost, I can make another one sprout."  And so Martha sets out to germinate, to test her ability to fertilise, to be able to conceive other babies. It's a thought that consoles her for the loss, and for the guilt of not having gone to the hospital.  It is in the possibility of making another bond, another connection, another baby that she can console and forgive herself.

           The two of them, Martha and Sean, don't understand each other. She is in the process of mourning and has no attention from her husband. She's lonely and sad. Grieving as best she can. And he resents her lack of attention. It's a narcissistic reaction, he absolves himself of all responsibility for the baby's death.  Nothing depended on him, he thinks. He always feels like the victim, even of his wife's lack of attention.

         Everyone in their own world. 

         Martha's mother, also suffering, also feeling guilty for not insisting on a hospital birth, holds a meeting to convince her daughter of the need to sue the midwife. She appears to be helping her daughter, but in reality, she also feels guilty and thinks that this is the only way to make amends for what she has allowed. She asks her daughter to go to the trial. Mother-in-law, noticing the distance between the couple, makes out a cheque and gives it to her son-in-law.  To get him out of her daughter's life. She realises that he can't help her daughter, only cause her more suffering. This relationship has always been inconsistent for her. He accepts it, he's superficial and clearly prefers to be single. 

           Martha doesn't want to go to the midwife's trial. She knows that she will have to face her own judgement, her own choices.  After all, the midwife did everything she could, was attentive and gave all the right advice. Even Sean reports that Martha refused to go to the hospital when the midwife told her to. In this way, the husband absolves himself of all responsibility, as if the decision was hers alone, the daughter hers alone, and he alone was a spectator.

           Martha goes to the trial, faces her fear, her guilt and recovers her ability to germinate, to make new connections, to believe that she can still be a mother.

         We are left with the question posed by Martha's mother from the very first scene. Is the difference