A SUN
Filme de Taiwan 2019.
Direção: Chung Mong-Hong
Prêmios:Cavalo de Ouro, melhor filme e melhor direção, Houston Film Critics Society melhor filme estrangeiro, Premio de Cinema Asiático de melhor filme , melhor diretor e melhor Roteiro e Melhor edição. 2020
O filme começa com uma cena muito violenta em um restaurante. Um rapaz , com uma faca, agride a um outro, contando-lhe a mão que cai num prato de sopa quente.
Dois rapazes estão em um julgamento , um deles , rapaz franzino, parecendo ainda um garoto, diz que só queria dar um susto no colega, que não desejava que lhe fosse cortada a mão. O outro, muito irritado dizia que este, o franzino, havia roubado a moto. Vão então, presos.
A-ho vai para o reformatório por roubo de uma moto é o filho mais novo numa família onde o pai é instrutor de auto-escola e a mãe, cabeleireira em uma boate. O pai pede ao juiz que o prenda pois não sabe como dar-lhe limites.
Outro irmão ,ao contrário do rapaz preso, é alto, forte, bom aluno, bonito. É apreciado por todos, motivo de orgulho dos pais. Em especial do pai. Que, muito decepcionado com o filho mais novo só reconhece este, o primogênito , como seu filho.
A mãe acompanha seu filho no reformatório indo visita-lo sempre. Levando comida. O rapaz tem problemas de convivência com outros internos, não admite ser subjugado por detentos violentos.
Uma moça se apresenta grávida do rapaz preso, de A-ho, e passa a viver com a família.
O filho mais velho, A-Hao muitas vezes alvo dos professores embora sempre bom aluno faz amizade com uma colega. Ele é retraído e não tem muitos amigos embora muito afável e gentil. Compartilha com ela seus pensamentos e sentimentos. Diz atribuir ao sol a maior capacidade de ser justo. Pois ilumina a todos sem nenhum tipo de discriminação. Conta uma lenda de crianças brincando de esconde-esconde para contar-lhe como se sente sem direito a ocultar-se. Ele é sempre visto, por todos. Como se estivesse sempre sob holofotes, na berlinda. Ser o melhor é um peso pra ele , parece. Vai com a namorada de seu irmão ao médico, fazer acompanhamento do bebê e tem a ideia de levá-la ao irmão . Chegando lá não permitem que ela veja a A-ho.
Mas A-hao entra e conta ao irmão sobre o bebê. A-ho diz não acreditar afinal sua mãe não lhe tinha dito nada. E, berrando muito, acaba por encerrar a visita. A visita do irmão faz mal a ele, ver o irmão lhe faz mal. Claramente A-hao imaginava que a noticia e a visita o alegraria. Porém o ódio do mais jovem pelo irmão é flagrante. Revolta contra aquele que é o depositário das esperanças e admiração dos pais, que lhe é quase insuportável.
A-hao se joga do alto, se mata. Foi buscar a sombra, a culpa difícil de suportar de ser sempre o melhor. Não suporta mais ver sofrimento e brigas constantes na família.
A-ho sai do reformatório. A-wen não consegue falar com o filho A- ho recém chegado e acaba por ficar em seu trabalho. Mais deprimido está desde a morte de A-hao. Tem um sonho com seu filho que morreu, acorda de madrugada e resolve sair para comprar cigarros, vai assim de encontro ao seu outro filho que está trabalhando à noite numa loja de conveniência. Pela primeira vez, conversam.
A-wen volta pra casa , sua esposa então decidiu abrir um salão de cabeleireiro com sua nora que aprendeu o ofício com ela. Tomou essa decisão na ausência de seu marido, em um ato de coragem. Parece que a ausência física do marido a faz mais ativa e menos assustada.
Radashi é o comparsa de A-ho no atentado ao rapaz no restaurante, o responsável pela amputação da mão do desafeto de A-ho, volta e g o amigo para cometer crimes. A-ho é submisso, e obedece às ordens de Radashi que é violento e ligado a gangues do crime. Ele tem medo. A-wen sabe que Radashi esta atrás de seu filho e o procura. Oferece dinheiro para que este deixe seu filho em paz. Ele não aceita e ainda debocha do filho que se matou. Dando a entender que os filhos de A-wen são covardes.
Radashi procura A-ho e com ameaça o obriga a fazer mais um serviço em seu lugar. A-ho obedece , ele é refém do comparsa . Retorna e não encontra mais Radashi então ,vai embora.
Mais tarde A-wen conta pra Qiu , sua esposa, que estava preocupado com a perseguição de Radashi e ficou observando seu filho. E viu quando este foi abordado pelo criminoso e o seguiu. Viu que seu filho saiu pra mais um mando e desesperado , jogou o carro contra Radashi. Gesto enlouquecido, de um pai em desespero, de um pai salvando a vida de seu filho em um impulso incontrolado.
Esse gesto mudou a vida da família. A-Wen um homem sempre acomodado, deprimido, que não se acha capaz de muita coisa, medroso, ausente na educação dos filhos deixou a cargo desses as decisões de suas vidas. O rumo de suas vidas. Entende que deixou seus filhos ao acaso de seus destinos. E num ato extremo pretende consertar seu erro. E seguiu então ele o seu conselho do modo mais extremo e desesperado:” Aproveite o dia. Faça o seu destino.”
Faço destaque para uma cena muito especial de A-ho levando sua mãe para o passeio de bicicleta. Demonstrando dessa forma toda a gratidão por ela, repetindo o passeio estando ela agora , na garupa.
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