Filme: A Vida dos Outros





Filme:  A vida dos Outros
Ano :   2006
Diretor: Florian. Henckel. Von Donnersmark
País  : Alemanha


         O filme retrata Alemanha Oriental final do ano de 1984.  O protagonista é um oficial da polícia secreta  chamada STASI especializado em interrogatórios e que  também  é professor de curso formador de outros oficiais.

        Nas aulas ele explica como conseguir que os interrogados denunciem os amigos. Explica seus métodos que envolvem muita  exaustão física dos interrogados.  É um oficial frio, de confiança e leal, muito eficiente na polícia. Os fins justificam os meios.

           Após assistir uma peça de teatro  fica curioso com o escritor da peça teatral, presente na apresentação.   E,  um tanto desconfiado, acaba por ser escolhido para  vigiá-lo , a fim de descobrir se o escritor é confiável ou se opõe-se ao governo.

           O oficial vai se revezando na missão com um subalterno. São colocados vários microfones na casa do investigado,  na sua ausência.

           O policial da STASI não tinha muita instrução, talvez por isso tenha ficado tão curioso em relação ao escritor. Um homem tão diferente dos outros que conhecia.

             Dreyman, o escritor estava fazendo 50 anos e tinha uma namorada. Em sua festa de aniversário, ele demonstra seu carinho pelos amigos e em especial um amigo mais velho que estava impedido de trabalhar, por ser considerado pessoa oposta aos interesses do governo. Carnhoso com todos e em especial com esse amigo que lhe dá de presente uma composição musical. Também é com sua namorada. Aquele homem tão intelectualizado, com peças teatrais tão valorizadas até pelos oficiais,  era um homem amável, carinhoso e nada combativo. Até mesmo, reconheceu  como sensata a  proibição por parte do governo da saída de um colega para  dar uma  palestra do fora do país.  Esse seu colega se colocava prepotente muitas vezes em seus comentários.  Essa mansidão do escritor, causa admiração ao oficial que apesar de aparentemente frio é vai se mostrando um homem inteligente e sensível.


           Surpreso,  passa a se interessar pelos livros que o intelectual tem e até os pega pra  ler. Escondido, é claro. Se emociona com a música tocada por Dreyman.  O oficial , arrogante como todos relacionados aquele poder autoritário, começa a oscilar entre o orgulho e vaidade e a identificação com aquele homem sensível que tem a arte , a criação ,como ofício de expressão de seus valores. Em nada vaidoso de seu sucesso .

            O chefe da polícia secreta e chefe do oficial, do comitê central,   homem rude, bruto e arrogante, resolve por pura inveja do escritor não só assediar e estuprar a namorada do intelectual, como também , a querer forjar à força de medo e chantagem,  um relacionamento amoroso com ela. O que , claro, provoca muita tristeza no escritor. Nesse momento, o oficial resolve interferir, quando procurando um  encontro com ela , que estava dividida,    a convence a não ceder à força bruta e manter sua dignidade.

             Nesse momento ele toma outra posição. Não é mais o oficial  policial, o capitão .  Escolhe aí os valores éticos e afetivos. Não ceder à  força bruta dos homens superficiais e vaidosos. Mesmo quando encontra no elevador de  seu prédio um garoto que o chama de mau, pelo poder que ocupa na polícia secreta,  consegue controlar a arrogância e estupidez  que sempre o definiu.   Passa então, a agir , com os mesmos princípios do seu vigiado. Ele está mudado, identificado com o escritor. Como se tivesse chegado a hora de fazer o que é certo. O que é justo.

           Um amigo do escritor ,tão admirado por este,  se suicida . O que provoca neste, grande revolta .   Resolve então denunciar os suicídios no país  que eram muitos, e representavam uma forma de rebelião  impossível de ser contida, ou controlada por aquele poder autoritário.  E ajudado por amigos,  ganha uma máquina de escrever dada pelo dono da revista para escrever seu depoimento. Essa máquina garantiria a impossibilidade de ser rastreado o autor do texto. Esse depoimento será publicado na revista no ocidente para denunciar a  opressão que a intelectualidade têm de sofrer no país. A máquina é escondida pelo escritor em um buraco no chão, devidamente camuflado.  Bem , desconfiado, o chefe de polícia prende a namorada e a força a denunciar o escritor como o autor do manifesto publicado na revista na Alemanha ocidental denunciando o controle brutal e violento do estado.  Ela acaba por ser entrevistada pelo oficial que vigia o escritor,  agora amigo,  que a faz revelar esconderijo da máquina, prova da autoria do texto.

          Ela confessa e ele tenta mostrar-se amigo para que ela se tranquilize. Como sempre foi Leal acha que ela entenderá que ele vai dar sumiço à máquina. Pois ele é seu amigo. O que ele efetivamente faz.

O que tem como consequência seu rebaixamento naquela hierarquia de poder.   Dessa forma salva o escritor mas a namorada, achando que de fato sua denúncia resultaria na   prisão de seu amado,   acaba,  por culpa e desespero ,  indo ao encontro de um carro , provocando um acidente fatal. 

       Anos depois , após a queda do regime,  durante uma a representação de uma peça sua, o escritor encontra-se com o ex – chefe de polícia, antigo ministro do comitê  Central que acaba lhe contando sobre a vigilância sobre ele.   Então, liga os fatos, o sumiço da máquina que o condenaria e  descobre a identidade de seu protetor.

        Como agradecimento Dreyman escreve um livro relatando sua história e dedicando a esse oficial, que agora é um simples carteiro.  Esse  livro acaba por ter o  nome da sonata recebida como presente do  amigo que se matou: “ Sonata para um homem bom. “

        Coisa que efetivamente define o caráter do ex-capitão da STASI. Sempre  é  possível mudar.!

Trailer do Filme





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